quinta-feira, 19 de junho de 2008

Velório da vida

Acordei vendo tudo em negro, que dia é esse?
Nessa manhã escura percebo a tristeza
Estampada em todos, a natureza é a única
Intacta ao meu olhar cabisbaixo sobre
O terno que me veste, é como se fosse
Invisível, o modo de falar é um monólogo
Esquecido em meio às vozes da sociedade
Ouço lamentações e sinto lágrimas caírem

Nada é tão escuro como o medo e a frustração
De não ser o que você já foi, tudo está perdido!
Talvez eu não encontre a definição para hoje
Vou experimentar a saudade de desejar um
Dia sem tantos conhecidos, falam tanto ao
Meu respeito, gostaria de não ouvir tudo
À vela com seu perfume da morte está em
Todos os lugares, a última palavra citada é “amém”!

(MV)

4 comentários:

Anônimo disse...

MV,
li novamente seu blog, faço isso com uma frequência irregular. Me surprendi com esse texto, você aciona imagens precisas e instigantes. Vejo no texto um processo de amadurecimento, revelando a ampliação de vocabulário e temas. Imagino que o seu processo de escrita é quase, eu disse quase, espontâneo. Surge na urgência, na necessidade de falar. Dar ritmo e cor a essa urgência é que é difícil. É nisso que mora o risco.
Parabéns e poste novos textos.
Reflexões sobre leituras, pensamentos e poesias.
Uma sugestão: quando vai comentar o nosso amigo Fuget?
Agora você sabe que escreve o comentário?
Abraços

Unknown disse...

Marcelo,
Há tempos não retomava o prazer de ler teus belos escritos.
É interessante o tema que abordaste desta vez. Falar do negro, do fúnebre acaso da vida, do que é finito na inevitável saga do ser, foi diferente. Diferente no sentido de que conseguiste descrever de uma maneira peculiar a tristeza da partida, a liturgia da despedida.
O amargo poeticamente citado em cada verso, nos revela um pedacinho de ti, do valor que colocas diante do infortúnio. Detalhes que dão significância até ao apagar da vela.
Parabéns! Gostei.
Voltarei mais vezes e lerei os anteriores a este.
Abraço ;)

http://reticenciaspoeticas.wordpress.com
http://verblogando.wordpress.com

Anônimo disse...

Pensei em colocar o endereço do teu blog no Balaiodasletras. Tu gosta da idéia?

Abraços!

Pitty que Pariu disse...

Olá

Só hoje li seu comentário extenso e rico em meu blogger. Muito, muito obrigada. ;)

Então, poético...não ando num momento muito propício a sentir, Saca aquela música: "socorro nãoe stou sentindo nada". Mais ou menos isso.

De todo jeito, não me impede de apreciar sua produção.

Abraço