quarta-feira, 28 de maio de 2008

Buquê inconfundível

Bocejando diante a preguiça que envolve o meu corpo
O tempo devora a obrigação do sol em brilhar mais um dia
Tudo tão confortável na prática do nada
Garotos e garotas regozijam com a mesmice
Do outro lado a cidade pulsa, e eu a observo a poeira
Bailar no ar da sala, junto a um Malbec.

O estresse é ignoto como o trabalho
O dinheiro harmoniza a vida que levo
Rega o jardim dos meus prazeres
O Amanhã é distante de hoje, há muito que gozar
Entorpecido pelo ócio marco mais uma página do
Livro que lia até o entregador chegar com a comida.

Não sei o que compro hoje constelações ou almas
Com olhares distorcidos desisto da aquisição
Isso não é nada para a ganância de um homem
Preciso assinar o cheque da junção criatividade
Mente, infelizmente isso não pára de funcionar
Talvez eu compro a cura para todos os males.

Todos os crimes que a minha mente já executou
Não são suficientes para que me conduza ao fim
A própria me livra com suas ótimas defesas
Abro um Veuve Clicquot Ponsardin para
Celebrar mais uma absolvição do Super Homem
E a culpa no fim é revelada, o ócio está exausto!

(MV)

sábado, 17 de maio de 2008

A cirurgia da leitura

Shakespeare o globo foi pequeno para ti
Buda transformaram sua árvore em dinheiro
Para desfilarem na limusine da luxúria
Nietzsche será que futuro retornará
Para impedir que Goethe não seja mais o mesmo
Freud me disse que o único sorriso que amei foi
Da plástica feita pela bravura do capital, já que
Nem mesmo as poesias do Senhor Zimmerman
Convence-me que essa passagem é simples.

Outro dia encontrei Hesse em suas narrativas
Dizendo Mademoiselle permettez... Depois
De cometer um assassinato, Nem Kundera
Com seu riso cairia no esquecimento
Mann deveria nos levar para sua Montanha Mágica
E lá nos deixar para geladuras marcarem nossas faces
Mas somente os Deuses sabem como o descaso é
Uma arma na mão dos miseráveis
Querido Deus o seu amor é de matar.

(MV)

Condenados à liberdade

Esse escarro dado em suas costas
Foi como destruir sua dignidade
Desculpem-me por nada fazer
Meus sonhos são culpados por
Vender crucifixos sem valor
E o filho da verdade parte para
O fim dissolvendo todas as Dúvidas
O começo da mentira é empolgante
Mas o meio é anestésico para vida
Definitivamente a liberdade é uma
Prisão que todos nós perseguimos.


(MV)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A breve vida

A mancha sempre será a memória
Daquela noite
Contar minha vida não seria fácil
Os tesouros cravados na coroa
Da insanidade, que dá vida as coisas bobas
Que me faz lembrar de ti
Consumido pelo absinto, a lua
Exibindo sua glória
A lição da manhã é árdua
Esquecer não é possível.

A fumaça modula uma cortina
Para morrer a cada respiração
Buscar uma saída é o mesmo que
Dizer adeus
O ar da mudança não é uma conversa
E nem te sentir perto de mim
A gravidade é você em meus braços
Eu sei que depois queremos a alma
Mas ela não nos pertence
Já que o amanhã é único
Deixemos a tristeza da tentação
Conhecer a solidão que é ser eterno
Isso é tudo!.

(MV)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O caminho do meio

Supostas ruas me viram contornar as razões
E iniciar o futuro patético de sonhos
Comprados pelo desespero, nada para indagar
Suborno para possuir o sono da absolvição
Repetindo mais um dia com barbitúricos
Para a cama me aceitar com meus problemas
Continuar louco com intenção de obter um laudo
Que sou escritor da lucidez.

Dirigir a tranqüilidade da ação extrema
Do que eu não posso ser todo o tempo
Maneiras de publicar uma identificação
Precoce sobre vitimas, só há uma!
Fazer tudo de novo, em novas ruas
Permanecer onde estive não basta
Vou seguir o caminho do meio até o retorno.

(MV)

Encontros e desencontros

Sempre te quis, mas não demonstrei
Nunca mais te vi depois que te amei
Nunca soube por que te perdi
Sempre soube que não naveguei
Talvez seja porque o mar não espera.

Hoje tive a certeza que ao te perder ganhei
Talvez pela incerteza da vida ou quem
Sabe foram às ondas dos pensamentos
Que me fez recolher diante do tempo
Hoje mudei meu coração para um caminho
Estreito que ainda não conheço.

Talvez seja porque o romance está morto
Hoje o silêncio se fez presente em minha dor
Talvez porque pessoas como você não tenham escolha
Hoje é mais um dia e não nos encontramos
Dentro dessa mentira
Hoje talvez o sentimento torne-se
Fugaz e caia levemente na rua dos desencontros.

(MV,MS)