segunda-feira, 15 de setembro de 2008

América

Eu vejo um homem que pinta a espiritualidade de uma mulher,
Eu vejo e não interrompo esta experiência,
Isto pode me elevar.

E sua feminilidade pode me levar ao nirvana,
Eu vejo um pouco de luz que pode levar à América,
Eu durmo, pergunto e você transcende, mas eu quero saber...

E você me disse que está no fundo,
Enlouqueço pela dúvida,
Você me dá drogas para eu me sentir falso,

Mas essa batida frenética dói,
Só que as batidas das razões também ferem.
Vejo um fantasma: está procurando o que ser!

Vejo que posso tocar as razões do Desconhecido,
Vejo os óculos escuros que estão tampando a esperança da salvação,
É isso o que você ama e tem compaixão?
Eu assisto ao sorisso dado pela suas mãos.

( MV)

4 comentários:

f@ disse...

Excelente poesia …
a pintura da espiritualidade pode ter tanto colorido como as tuas palavras,… mas género não sei se tem…
A vida “confortável”, material… da sociedade parece ter esquecido valores emocionais, os ser humano devia desligar-se um pouco e viver de verdade… para acender a verdadeira luz não basta carregar no interruptor…
Vou levar o teu link para as nuvens
beijinhos

Cristina Caetano disse...

Muito bom, Marcelo. Essas dúvidas existencialistas nos assaltam tantas vezes. Eu tenho certeza que vou morrer assim: cheia de perguntas e sem certezas...

Beijinhos

layla lauar disse...

dúvidas e mais dúvidas é o que mais tenho..certeza mesmo é que você poeta lindamente.

belíssimo poema!

(peço-lhe desculpas pela demora em retrobuir sua visita, ando meio perdida mas minhas horas).

beijo Marcelo

Unknown disse...

Saramago me causa grande tristeza, sinto vontade de chorar quando o olho nestes dias, em reportagens, com sua frieza de dizer "devo morrer em três anos ou pouco mais". Minha tristeza por Saramago é perceber, com simplicidade, que mesmo ele não é eterno em carne. Mas é um titã, principalmente em crenças para ele inatacáveis. Nisso tudo, parece que ele colocará blog no ar... Por que? Acho que porque verificou que existem blogs como o seu, poesias como "América", elogios como o que fizeste sobre a menina de olhos verdes, e porque verificou que a nova pontilhação da fantástica proposta do doce Barthes é possível pelos blogs, e por poetas doces, afáveis, fortes, como você, caro amigo. Raras vezes me senti tão gratificado, foste generoso com teu comentário, carregado de poesia e indicações luminosas. Obrigado, sou honrado com tuas visitas! "tarde cinzenta no rio, onde um pequeno planeta chamado Bípedes, brilha como aquele de Exupery..."